Reinaldo

No “jogo de empurra” governos se esquivam e o crime organizado toma conta dos presídios no Brasil – Assuntos de Goiás | Questão Brasil

Calma, não é nada disso que você está imaginando, estou sintetizando o jogo de empurra entre os governos estadual e federal quando o assunto é segurança pública, e de novo tendo os presídios como tema central eles não se entendem sobre qual é a parcela de responsabilidade de cada um. Quando o promotor fala em falta de inteligência e diz que nem tudo é dinheiro, traduz a falta de interesse ou capacidade para solucionar a questão dos presídios, fato é que há muito tempo, décadas talvez, estamos convivendo com a ameaça de um mundo paralelo criado e controlado pelo crime organizado. 


 Falta investimento, a superlotação é flagrante e os efetivos de agentes prisionais são deficitários. Governantes fazem vistas grossas para os problemas que tendem agravar a cada rebelião que acontece no país. Os brasileiros estão convivendo há tempos com siglas como PCC, CV e outras que surgem com força dentro e fora dos presídios para ocupar o lugar dos governos, essa ausência do estado é que favorece essas instituições paralelas a ter uma supremacia no sistema prisional. 

As organizações criminosas conseguem controlar o tráfico, roubos dos mais variados tipo e até homicídios dentro e fora das casas de custódias sem se preocupar com a força do estado para reprimir as ações delituosas. A preocupação é brigar entre eles mesmos para obter cada vez mais a hegemonia e o controle não só dentro das cadeias, mas também fora delas.

Assim como a própria política brasileira, o modelo do sistema prisional esta falido, não suporta e nem recupera ninguém, é nítido que está sendo criado uma bolha que não deve demorar a explodir por todo o país, como ocorreu em Pedrinhas no Maranhão ou em Natal no Rio Grande do Norte. 

Em termos comparativos podemos dizer que o motim registrado em Aparecida de Goiânia é nada perto do que aconteceu nos presídios do Nordeste, deve servir de alerta aos governantes e gestores que estão literalmente sentados numa bomba relógio prestes a explodir e devastar cidades e consumir o restinho de tranquilidade que resta ao cidadão de bem.

No caso do maior ou menor é o descaso praticado pelos governos que atribuem as causas a um problema generalizado no Brasil, mas não fazem nada de forma pontual para amenizar os efeitos da crise, de certo esperando que tudo exploda de vez para ai sim tomar alguma medida emergencial. 


 03/01/2017- Goias- Inspeção no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia Foto: Aline Caetano-TJGO

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