Reinaldo

Caso Daniel: acusado escreve carta de dentro da cadeia





Um dos acusados pela morte do jogador Daniel Corrêa Freitas, no dia 27 de outubro, escreveu uma carta para a irmã em que pede desculpas e relata a rotina dentro da Casa de Custódia de São José dos Pinhais, onde está preso. Na carta, Ygor King diz “não entender” o motivo de estar nesta situação, e afirma que tudo o que desejava “foi por água abaixo” por uma coisa que não fez.
O rapaz, de 20 anos, foi denunciado por homicídio qualificado pela torpeza do motivo, pelo emprego de tortura ou outro meio insidioso ou cruel, e pelo crime ter sido cometido mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor.
Durante a investigação, Ygor foi acusado de agredir a vítima ainda dentro da casa da família Brittes – local em que aconteceu uma festa após o aniversário de Allana Brittes – e acompanhar Edison Brittes, autor confesso do assassinato, até o local em que Daniel foi morto. Também estavam no carro David Vollero e Eduardo da Silva.
Na carta, endereçada à irmã de criação de Ygor, o rapaz relata que não tem nada a ver com tudo o que houve e que não entende o motivo de estar na cadeia. “Infelizmente eu estava no lugar errado, na hora errada. Tenho pesadelos todos os dias, não durmo bem, não consigo entender por que estou nesse lugar, por uma coisa que eu não fiz”, desabafa Ygor na carta.
Em seguida, o acusado diz à irmã que sempre quis fazer as coisas certas para ser “alguém na vida” e, desta forma, ter o orgulho da família. “Se um dia eu sair desse lugar, eu não sei o que vai ser da minha vida. Meu sonho de ser advogado já era, nada faz mais sentido para mim, as pessoas aí fora acham que eu sou um monstro, e tudo isso porque eu fui covarde e tive medo”, completa Ygor.
Um dos advogados do rapaz, Allan Smanioto, explicou à reportagem da Rede Massa que o acusado pela morte de Daniel passava por um momento delicado quando foi convidado para a festa de Allana. “Um irmão da família em que Ygor foi criado cometeu um suicídio, uma situação trágica para a família. A Allana foi a este velório, em que estavam Ygor e David [Vollero] e, naquela situação, convidou ambos para irem a sua residência para pegar convites para sua festa de aniversário”, disse o advogado.
De acordo com Smanioto, o trio se conheceu durante o ensino fundamental e, na ocasião, estavam retomando o contato. “Os dois não conheciam nem Edison, nem Cristiana. Então eles foram até a casa, pegaram o convite, no fim de semana seguinte foram à festa, onde chegaram duas da manhã, pois Ygor estava trabalhando. De lá, veio o convite para ambos irem ao ‘after’. Até então, acharam que eram só os mais chegados que iriam”, contou.
Robson Domacoski, que atua na defesa de Ygor e David, afirmou que ambos admitiram ter agredido Daniel dentro do quarto, mas que não sabiam que Edison pretendia assassinar o jogador. “Eles admitem que deram socos e chutes dentro do quarto. No momento posterior, quando ele já estava caído na garagem, não. Ali eles agiram de forma contrária, pois viram que aquilo já tinha sido necessário para o justiçamento, como o promotor chamou. Um deles tentou conter Edison, que falou ‘sai daqui, isso é comigo, me deixa’, enquanto o outro tentou conter o Eduardo [Silva]”, explicou.

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